Dammerung - III - Batalha contra Hela




Cidade de Payon, 9h 30min


Quando Rachiele acordou no dia seguinte, não tinha lembranças do dia anterior, da batalha contra Hela, e do ataque dos Orcs em Kunlun. Escutou uma voz de menina, virou a cabeça na direção do som e viu uma jovem, com um balde na mão gritando.

- Papai, ela acordou! Sobe! Sobe logo!

Rachiele chacoalhou a cabeça. Onde estaria? Um homem de meia-idade entrou no quarto, pegou nas mãos da monja e sorriu.

- Ainda bem que acordou! Rachiele, você se lembra de mim?

A monja olhou para o homem. O rosto era familiar, mas algo estava vago.

- Eu não lembro, me perdoe... - disse ela - Lembro de você, mas não sei de onde...

- Eu sou Guilherme. Conheci você quando era aprendiz em Alberta, se lembra? Deixei minha vida de cavaleiro e moro aqui em Payon agora, me casei e a moça ali é Dália, minha filha. - ele sorriu ao olhar para a jovem - Encontrei você no centro de Payon, ferida, o que aconteceu?

- Ahh... - Rachiele se esforçou para se lembrar.

Estavam em Kunlun, tinham escoltado o Conde Arthur até a casa, onde ele estudava com a providencial ajuda da arqueóloga Liliana Jones, a coroa do último rei de Geffenia.

Foram atacados pelo mestre-ferreiro Hyrimm, e pela Juíza Hela, que infestaram a cidade de orcs de todos os tipos. Vencidos os orcs com a ajuda de Luthien, desafiaram Hela para um duelo.

Foi daí que vieram a maioria dos ferimentos de Rachiele.

Vencidos por Hela, os heróis reagruparam em Kunlun. Entretanto o dinheiro de Rachiele estava no fim e ela voltou de Alberta para Payon, o local mais próximo.

- Eu não me lembro de mais nada depois disso... - a monja comentou.

- Eu sei que você chegou na cidade quando a mesma começava a esvaziar, você tentou falar com a Kafra, mas tombou e caiu. Como eu estava perto, te ajudei. Você não deveria sair de lutas assim sem se curar minimamente, Rachiele...

- É...Desculpe se eu dei trabalho, Guilherme...Você me ajuda desde que eu era aprendiz...

- Mas nada! Tenho certeza que você também deve fazer coisas pelos outros, então está tudo certo. Sabe Rachiele, eu fui pra guerra, tive, junto com meu clã diversas glórias e recompensas, mas chega uma hora que temos que parar, não é? Daí é nessas horas que as coisas que deixamos pro mundo voltam para a gente.

- Hã?

- O mundo te devolve aqui que você ofereceu a ele. - o homem sorriu.

- É...é verdade isso. - Rachiele sorriu de volta.

- Eu vou pegar algo lá embaixo para você comer. Quando estiver melhor, pode partir. Até mais Rachi.

- Até.

A sorte ainda não tinha abandonado a monja.

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