Dammerung - IV

E Dhutt voltou.
Após tanto tempo, tanta luta, tantas mortes, voltou.
Nas palavras dele: "Construir uma nova ordem em Prontera, pois Tristann está condenado."Boatos correram por causa dessa declaração. Especula-se que Tristann irá morrer ou ser assassinado. E Dhutt deseja o título de Rei para si e aqueles que se aliarem nele.O que eu não gostei é que Dhutt usa um discurso sobre "Nobres que nada fazem pelo povo com o respaldo do Rei." para angariar gente à causa dele.
Mas oras, ele era general, e o que ele fazia pelo povo??
Nada.
Mentiras demais... Gente demais caindo nelas...
Será que eu sou a louca aqui ou os outros que o são?
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Cidade de Morroc, 20h.

- Mas como assim você é contra os que estão indo contra Dhutt, Rachi?? Você ficou louca?? - indagou Irene, perplexa.
- Você não entendeu, mãe. Eu disse que sou contra os dois lados. A Nobreza de Prontera não vale meia pataca, eles começaram a distribuir títulos agora porque a situação apertou para o lado deles; quer dizer, antes de Dhutt, impostos eram cobrados, gente era oprimida por comandados inescrupulosos e eles não estavam ( e não estão ) nem aí pro povo comum! Gente como eu e você!
- Humm...
- Agora, o Dhutt joga muito bem essa coisa chamada política...ele clama pelo fim do reinado de Prontera, mas olhe que coisa, ele quer ser rei! Como o pessoal tem raiva do rei e da nobreza que não liga pra eles, eles vêem em Dhutt um redentor, alguém capaz de dar a eles uma vingança que seria impensável de conseguirem sozinhos. E eles vão atrás dele e desse discurso!
- É verdade...
- Seja sincera comigo mãe, você acha que as coisas vão melhorar pra gente com Dhutt como novo Rei? Ou então, vamos brincar de imaginar as coisas. Vamos dizer que o pessoal vença o Dhutt e Tristann ou qualquer outro nobre "do bem" fique no trono. Será que vai mudar algo pra gente? Pros humildes? Será que depois de tantos anos viciados em oprimir e só dar recompensas quando querem, você acredita realmente que eles vão mudar?
Irene nega com a cabeça.
- Bingo. Não concordo com nenhum dos dois lados. - Rachiele pegou uma caneca de água e tomou vagarosamente.
- E seus amigos, Rachi? Eles vão achar que você estará contra eles...
- Ah, isso... - a monja deixou a caneca em cima da mesa, com um pouco de água por tomar - Eu vou ajudar eles.
- Vai??
- Mãe... - Rachiele segurou as mãos de Irene com força - Você me disse um dia, que tudo que temos nesse mundo são nossos amigos e a família. Eu aboli isso de família pra mim, prefiro que todos sejam meus amigos. Mesmo os que não são. Fica mais fácil assim...
- Hã?
- Eu entendo que eles estão errados. Mas ao ver deles, eles estão lutando pelo que acreditam. Não vou levantar a mão contra Frei Damião, Ayron, Aióros ou Gerenal, que estão do lado de Dhutt.
Irene olhou para a filha e para as mãos da mesma: machucadas, feridas, com curativos improvisados. A monja tinha lutado. Lutado demais.
- Mas não vou ficar contra a Jelanda, Akahai, Leafar, Lost Heart e os outros...
- E o que pretende fazer, filha?
- Ajudarei os dois lados. Se eu der sorte, eles vão perceber que estão fazendo tolice.
- E se eles se voltarem contra você, Rachi?
A monja silenciou por minutos, pensando na resposta. Por fim, sorriu e indo em direção ao quarto onde estava, disse:
- Eles lutam pelo que acreditam, mãe. Eu luto pelo que eu acredito. Luto por eles. Eu tenho que ir agora.
- Boa viagem filha...
Irene pensou longamente que poderia estar perdendo uma filha. Quando seu esposo chegasse, eles teriam uma longa conversa sobre Rachiele...

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Cidade de Prontera, 15h, Taverna.

Rachiele vai até a taverna para ler o mural. Imaginava que o mesmo deveria estar com mensagens sobre a Ordem de Nova Prontera e os Defensores de Rune.

Acertou em cheio.

Carta afixada no mural da taverna de Prontera.

Caros cidadãos de Rune-Midgard, quem vos fala aqui é Aíóros, general da Ordem da Nova Prontera e sudito do Rei Dhutt! venho por meio desta declarar a todos voces que o tempo de Tristan esta para acabar, a profecia da tabuleta de Amon Ra é clara! E para aqueles que quiserem se enganar e acreditar que Tristan tera um reinado glorioso eu realmente lamento, o rei de voces esta para cair, e não sera pelas mãos do novo rei, e sim pelas mãos de daquela em quem voces confiam!

Essa insanidade, e esse controle falho do rei Tristan tera de acabar, seu rei prometeu uma reunião para discutir sabiamente com os membros da ordem da Nova Prrontera, no entanto no momento que eu e os membros da Ordem chegarão seu rei fugiu como um covarde não sendo capaz de me olhar nos olhos, esse rei de voces nada mais é do que um verdadeiro pulha! Aos meus velhos amigos eu dou uma ultima oportunidade de mudar de lado, a todos que não entenderam , Dhutt não quer o caos e sim a ordem! Essa que sera trazida a ferro e fogo em Prontera!

Para aqueles que conseguirem ler essa carta antes que ela seja arrancada pelos crapulas do poder que tem medo de nossas forças, os aviso que estaremos novamente recrutando aliados que estiverem prontos a se unir a causa frente a grande batalha que hoje nos espera!

Aos Generais de Tristan, espero que voces tenham bom senso para entender minha causa frente a todos os acontecimentose saibam que eu sigo meu coração luto pelo que é certo e meu objetivo continua O MESMO! Espero que voces encontrem os erros de voces em minhas palavras e estejam prontos para aderir a essa nova ordem!

Ass: Aióros General da Ordem da Nova Prontera!




Rachiele meneia a cabeça ao ler o bilhete de Aióros.

"Amigo, não é assim..." Ela pensa. "Estamos todos lutando para manter um sistema que, sabemos, é falho até a raiz..." *Ela lê novamente a parte de "A ferro e fogo" *. " E existe alguma mudança realmente drástica que não seja feita a ferro e fogo? " ela suspira. "Só quero que isso termine logo...Até a Jelanda ficou nessas de luta... *Ela se lembra de quando Jelanda foi ajudar durante um ataque da Ruína de Midgard; após o caos na cidade de Prontera, a então sacerdotisa desandou a chorar com tudo que tinha visto.* "Como o tempo muda as pessoas..."

Ela vai até o Taverneiro.

- Sire, pena e tinta, por favor.

- Claro monja...vai escrever um bilhete?

- Mais ou menos.

Ela se volta para o bilhete de Aióros.
Ela pega a pena, a molha em tinta e rabisca por cima do nome de Aióros.

Carta afixada no mural da taverna de Prontera.

(...)

Ass: ###### ####### ## ##### ## #### ########

LIBERDADE SEMPRE, GENERAL!PARA TODOS!


Ela devolve a tinta e a pena para o Estalajadeiro.

- Obrigada...

- Ei... o que você fez?

- Nada. Tenha um bom dia, senhor. Até mais.

"Isso tudo é loucura..." pensou a monja enquanto saía da taverna.
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Cidade de Comodo, 18h

Querido Diário,

Vencemos. Como eu pensava, vencemos.

Dhutt foi derrotado, Tristann se mantém no poder, para o bem e para o mal de toda Rune e a Ordem da Nova Prontera agora é apenas uma lembrança de uma época infeliz, onde vi grandes amigos se transformarem em animais irracionais.

Pensei de mandar um bilhete ofensivo e deixá-lo na taverna, onde certamente muita gente o leria, mas achei por bem, não.

Não iria adiantar. Eles, a exemplo de minha mãe, não compreenderiam e certamente levariam isso como provocação.

Me resigno a deixar isso apenas com você e só você. É melhor assim, para mim e para todos eles.

Pêdê compartilhou minha dor na hora fatídica onde todos se lançaram na arena contra Dhutt e a Ordem, fazendo com que o mais rude dos animais sentisse vergonha dos tais "seres humanos".

Agora, com tudo acabado, eles voltarão ao normal, como eu assim espero...

Minha única angústia, diário, é saber que a nefasta Corporação Rekember, a mesma que auxilia o torpe Kiel Hyre, a mesma que tornou Einbroch uma cidade suja a despeito da nobreza dos cidadão que ali vivem, a mesma que teve a audácia em dividir o mundo republicano em Ricos, miseravéis e os eternos trabalhadores quase-escravos, e que não moveu uma palha para nos ajudar durante toda essa crise, ganhou de brinde dois espécimes preciosos para o seu novo laboratório de Somatologia.

General Dhutt foi enviado para ser tratada pela Corporação Rekember. Era preferível a morte a ser entregue à aqueles loucos.

E o mais grave, Luthien Silvermoon, uma guardiã de Midgard, foi deixada num Hospital para se tratar dos vapores tóxicos da mina de Einbech. Imagino que os doutores de lá se divertiram tirando amostras de sangue, fios de cabelo e até mesmo da pele de um espécime tão raro.

O que a Rekember vai fazer tendo em mãos Dhutt, e de certa forma, Luthien?

Os fantasmas que rondam pelas ruínas do antigo laboratório inspiram horror em muita gente e em mais gente, que como eu, fica pensando, às vezes, pelo que eles teriam passado para que suas almas assombrassem aquele lugar...

Não acabou. Ainda pagaremos por isso...

Presentes



Desde que me mudei para a casa de Pêdê, ele tem me dado presentes de vez em quando. Ele comenta que gosta de minha companhia e às vezes faz algumas perguntas que...*Pausa*
Sim, eu acredito que ele esteja interessado em mim.
Ele me perguntou se eu me imaginava em um vestido de noiva, me deu de presente um anel de diamantes, e mais recentemente uma tiara.
Constituir família...Eu não sei. Um lado meu está interessado. Já passei por muita coisa, a vida de aventureira é interessante, mas não é tudo para mim.
Além disso, já passei por tantos amores...casar agora...
*Pausa*
Preciso pensar melhor sobre isso. Antes, vou dar um presente para o Piotr, ele merece também.
Mas o que seria interessante para ele...?

Carta para Frei Damião

Eu voltei correndo para casa.
Procurei a carta do Frei Damião, mas não a achei.
Onde eu deixei, meu deus??
Tentei no meio das minhas tralhas. Mas desde que eu fui assaltada pela Grafitti, não deixei mais cartas perto do equipamento.
Olhei a cama, embaixo da mesma e no pequeno criado-mudo que ficava do lado.
Nada.
Sentei no chão, suspirei e pensei comigo mesma que quando eu menos esperasse eu lembraria de onde a teria deixado.
Fui até a cozinha e fiz um lanche.
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Sei que quando misturava algumas uvas numa caneca, tive um lâmpejo na mente: olhar debaixo da toalha da mesa, na sala de estar.
E a carta estava lá. Aberta, mas pronta para ser fechada e enviada.
Abri o pergaminho e o reli.
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Querido Frei:
Olha, eu acho que o Dhutt deu o que tinha que dar, ele já tá fazendo hora extra aqui e se ele voltar...Rá! Ele roda, sem dúvida nenhuma!

Agora, me perdoe a sinceridade, mas Frei...A vida acaba.
Não, me perdoe a dureza, você é um homem, sabe que isso é verdade!
Não fique abatido por causa disso.
É como me disseram uma vez, "Viva cada dia como se fosse o último, um dia você acerta."
As coisas estão tranquilas aqui no clã.
Ajudamos a afugentar o Dhuut, recuperamos os anéis de Odin faz pouco tempo e estamos de boa.
Espero que encontre um clã novo logo e que continue ajudando sua Ordem.
Até mais.

Amor, Rachiele.
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Terminei de fazer o suco de uva, o tomei e fui de novo até o centro de Ayotaya.
Sorri para a Kafra e lhe dei a carta.
No fim, tudo se resolveu.
Frei Damião, se cuide!

Carta para Erika Syren

Recebi uma carta de Erika Syren, uma justiceira da Equilibrium que encontra-se afastada.
Fiquei contente de receber a carta. Desde que me mudei para Ayotaya, as correspondências rarearam e eu mesma não tive maiores inspirações para escrever aos meus conrados.
( Por Odin, eu falando "conrados" como a Jelanda fala...Eta influência. )
Debrucei-me no chão, peguei o tinteiro, a pena e um pergaminho, e escrevi.
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Querida Erika:
Fico contente que tenha escrito para todos da Equilibrium; puxa, deve ter dado trabalho para escrever para tanta gente e mais trabalho ainda para o carteiro!

Estamos todos mais ou menos bem. Glenn e Jelanda tem ficado juntos ( huhuhu, sei onde isso vai parar! ) Erunno e seu irmão tem treinado também, nosso querido e fofo bruxo, o Vincent continua um resmungão e Fox-wood continua impetuoso em seu treinamento de templário e blablabla.
Quanto a mim, tenho tutorado uma maga chamada Isobella. Como acho que estamos na parte mais delicada do treino, que é a que antecede o teste para ser admitida como bruxa, tenho pegado leve com ela e não a tenho pressionado para que treine tanto.
Me mudei recentemente para Ayotaya. O clima daqui é ótimo para as minhas flores, e ademais, Pdrk, um mercenário com quem tenho divido a casa gosta da comida daqui.
Falando nisso, preciso tentar fazer algum prato daqui; Pêdê gosta de comida apimentada...
Mas bem, espero que volte logo para a guilda.
Estamos passando por algumas dificuldades por causa daquele @#$%¨&*() do Gustaf Gallagher, mas acho que podemos resolver tudo.
Acho que é só.


Amor, Rachiele.
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Eu reli a carta e a achei adequada. Escrevi do lado de fora do envelope, separados por uma linha:
Para Erika Syren
Guilda Equilibrium, cidade de Einbroch.
Fui até a Kafra no centro de Ayotaya e deixei a carta com ela, pagando uma pequena taxa.
Fico me pensando no que a Corporação Kafra faz com tanto dinheiro...Voltei para casa e tomei um sobressalto.
Eu esqueci da carta do Frei Damião!

Grafite?



Eu não sei direito como dizer isso, mas eu fui assaltada.
Estava passando perto da Catedral de Prontera, vi um movimento e fui ver do que se tratava; achei um assassino ameaçando um espadachim da Mílicia de Morroc; o assassino tinha prendido o espadachim e ameaçava matá-lo.
Eu não tomei partido, mas quando notei que o assassino usava uma máscara, me veio a mente uma conversa que tive com minha mãe em Morroc, sobre um grupo de assaltantes chamados de Grafitti, onde todos usavam máscaras.
E eu estava certa. Eram eles mesmo.
Um arruaceira mascarada apareceu atrás de mim, bradou ordens na minha direção, mandou eu ir com ela. Sem poder fazer nada pelo espadachim, eu obedeci. Fui levada para um pouco longe da catedral e quando dei por mim a arruaceira me deixou inconsciente.
Sei que quando acordei, os outros membros da gangue estavam ao meu redor ( bem, pelo menos eu vi muitos ali, não sei se todos estavam. ) discutindo sobre o que fazer de mim.
Eu perdi todo o meu equipamento, isso foi deveras desagradável, dado que eu não costumava usar outras coisas. De brinde, 30k que eu tinha deixado separado se foram também.
E o trófeu final foi meu cabelo. Cortado de forma grosseira, até o fim. Eu não sabia o que fazer. Não entendia porque estavam fazendo aquilo comigo.
Foi quando Jelanda e Gleen chegaram para me salvar. A Grafitti debandou quando viram a Suma-sacerdotisa e o Lorde e me deixaram ali. Ainda sem entender o que tinha se passado.
Pêdê ficou muito chateado com o que fizeram comigo; ele me emprestou alguns chapéus para usar enquanto meu cabelo cresce de novo. Tenho pensado de deixar o cabelo crescer bastante dessa vez para compensar o que me fizeram, mas...
E se a Grafitti me pegar de novo...?
Sei que estou meio estranha desde aquele dia...Meus pensamentos estão muito desfocados.
...Preciso treinar...

Em Ayotaya

"Então Frei Damião, mas me explique porque assinou como "sem clã" em seu bilhete! Precisa de ajuda em alguma coisa? A luta contra Dhutt será muito..."

Toc-toc-toc.

Parei de escrever quando ouvi a porta.
Me levantei da almofada da sala e fui até a porta.
Mas quem poderia ser? Pêdê não costumava receber visitas, e pelo que ele me disse, o que precisava discutir com os Gullwings, ele o fazia na mansão em Al de Baran...
- Oi?
- Correio Kafra, estamos sempre ao seu lado onde quer que você esteja!
- Ah...
- Carta para a Senhorita Rachiele Nathaly do clã Equilibrium.
- Sou eu.
- Assine aqui por favor...
- Ok...Pronto.
- Obrigado por utilizar nossos serviços, tenha um bom dia.
- Obrigada...Olhei o envelope que tinha chegado: tinha um selo da república, será que era do Kerd? Mas ele não costumava me escrever...Olhei o remetente.
"Erika Syren, clã Equilibrium."
Erika? Comecei a pensar em quem seria. Me veio uma memória não muito distante de uma justiceira de cabelos longos e bonitos. Deveria ser ela.
- Ah, que beleza! Essa vida social me cansa... Agora tenho que responder duas cartas!
Eu ri de mim mesma, deixei a carta de Erika do lado da carta aberta do Frei Damião e voltei à almofada, tornando a escrever para o frei.

Meu Jardim

Cidade de Morroc, 13h do dia 5 de Junho de 2008.

Eu comecei a gostar de flores quando fui morar em Kunlun.
A cidade voadora tinha um clima muito agradável, qualquer planta consegue nascer ali.
Um dia, depois de limpar a casa, vi que diversas flores cresciam ao redor da casa, de forma desordenada por suas sementes serem trazidas pelo vento de muitos lugares.
Pensei: "Seria bom ter um jardim na frente da casa. Hanna ficaria contente."
Preparei uma área na frente da casa para receber flores. Cerquei com pedras e num outro dia, rumei para Prontera para comprar um buquê feito de flores diferentes.
Eu as levei para Kunlun e as plantei na frente da casa.As flores se adaptaram bem ao clima da cidade flutuante. Ficaram mais viçosas. Eu mesma perdia tardes na janela de casa olhando-as.
Em meu intímo, eram meus amigos e meus amores que ali estavam.
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Desde aquele dia, o jardim mudou, cresceu, flores deixaram suas sementes no solo fértil de Kunlun. Não trocaria a terra daquele jardim por nenhuma outra.Tenho colocado mais flores em meu jardim. Enquanto eu tiver meu jardim, não precisarei de mais nada.
Só cuidar bem das flores...Só das flores.
- Rachi, vai levar seu jardim pra onde mesmo?
- Pra Ayotaya, mamãe...
- Certo. Boa viagem.
- Valeu.
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Cidade de Ayotaya, 14h 29min.

"Chegamos meus amores. Essa é minha nova casa. E a de vocês também."

Mudança

Me encontrei com Pdrk, o mercenário, e ele me convidou a visitar a casa dele. Embora fique muito na Mansão Gullwings, Pêdê tem sua própria casa.
A casa ( enorme por sinal ) fica em Ayotaya, local tranquilo além do reino de Midgard, Arunafeltz e Schwarstvald.
Um dos chamados reinos do oriente, pelos cartógrafos.
Sendo a casa enorme e com espaço de sobra, Pêdê perguntou se eu desejaria ficar ali.
Eu concordei, desde que o ajudasse com a mesma.
Pêdê gostou da idéia. Já me mudei para lá e deixei um portal memorizado para a entrada da casa.
Faltam poucas coisas para levar de Morroc para lá. As minhas flores eu levarei por último.
Pêdê, obrigada por dividir seu teto comigo.

Carta ao Frei Damião

Depois de ajudar papai e termos uma conversa sobre a derrota do general Dhutt, subi pro meu quarto, tirei de uma gaveta um tinteiro e um pergaminho.
Uma pena de Peco deveria servir para escrever uma missiva ao Frei Damião.

Abençoado irmão:

Espero que esteja gozando de boa saúde e que esteja tudo bem com sua Ordem e com você. Escrevo-lhe essa missiva num momento de descanso na casa de meus pais em Morroc; a batalha em Geffen foi avassaladora, mas conseguimos vencer graças a ajuda de todos, fossem eles vivos ou não.

Eu deveria considerar nossa luta como finda, mas Dhutt deve ter alguma carta na manga para tentar nos supreender, mas Ah! Se ele voltar, será chutado de novo, de novo e de novo se preciso for!

Não creio que devemos temer o futuro, pois nosso destino é sermos livres e felizes.

E para isso, lutaremos.

Espero vê-lo em breve. Cuide-se.

Rachiele Nathaly



Fui até o centro de Morroc e enviei a carta por uma Kafra. Citei o nome do Frei Damião e a Ordem dos Filhos de Heimdall, acho que deve servir para o localizarem.
Espero que ele esteja bem.

Ciúmes?




Ok, eu sou incoerente. Admito.

Deixei Isobella sozinha e a orientei a ir para Einbroch treinar. As plantas carnívoras são alvo fácil e ela poderia desenvolver seus poderes de maga a contento.

Só que...

Bom, ela me pediu para ir ajudá-la. Eu fui, mas como o aeroplano demora! Quando cheguei Isobela estava em companhia de um gentil sacerdote, chamado Oshama.

Eu fiquei com eles, mas sendo que o sacer fazia todo o trabalho, senti-me deslocada, perdida até.

Tiraram meu chão.

Iso notou algo errado em mim, me questionou sobre meu real desejo de vê-la se virando sozinha ou arrumando ajuda de outros que não eu.

Eu me calei. Estava me comportando como minha mãe.

Numa atitude infantil, me teleportei, apenas para voltar arrependida do que fiz minutos depois e achar Isobella triste, muito triste, e o sacerdote sem entender o que se passava.

Sei que Iso chorou, disse a mim que de nada importava ela se tornar uma bruxa se não tivese com quem partilhar suas alegrias. Eu me senti mal. Estupidamente egoísta.

Sei que o sacer intercedeu a nosso favor. Conversamos, e depois tudo estava bem.

Deixei os dois, pensando comigo mesma que eu me apegava demais às pessoas.

Mãe, a culpa é toda sua! - Pensei comigo.